Metaverso nos negócios: entenda o impacto desta mudança

David de Oliveira Lemes
4 min readDec 6, 2022

No início do e-commerce quando as projeções para este mercado eram altas, muitos apostaram e investiram em se adaptar as vendas online e outros não. Infelizmente o que vemos é que para aqueles que decidiram fechar os olhos, ou adiar o seu início no mundo virtual acabaram ficando para trás.

Continuando a reflexão sobre o tema, este texto pretende abordar o impacto das mudanças do metaverso nos negócios, das expectativas de movimentação financeira que esse mercado pretende trazer e o quanto de dinheiro ele já está movimentando.

Ainda que o metaverso esteja em seus primeiros passos a adequação das empresas a esta nova realidade é fundamental. E para você que acha que estou exagerando na previsão, fica aqui um fato: no ano passado foram consumidos 40 bilhões de dólares só em roupas digitais para avatares. Isso é apenas um dado interessante do novo mundo que vamos conhecer.

A Web 3.0 é claro possibilita que a popularidade o alcance do metaverso seja ainda maior. A integração entre real e virtual será muita, mas o que vale ressaltar é o grau de realismo que isso promete trazer as pessoas, tornado um ambiente mais atrativo onde negócios serão feitos.

O metaverso (ainda) é muito novo, e metaverso nos negócios mais ainda, mas é claro que essa adaptação tem que ser feita gradativamente, assim como foi feito com as redes sociais, quem deixar para se atualizar depois que tudo já estiver aí perderá muito de sua competitividade no mercado.

Para fazer uma análise social do que estamos vivendo, basta traçar um paralelo com a rápida adaptação que tivemos que fazer para o universo online com a chegada da pandemia, aulas, compras, trabalho, um novo mercado surgiu, e assim surgirá também com o metaverso nos negócios.

O começo do debate mais amplo sobre o metaverso surgiu muito devido aos movimentos de Mark Zuckerberg para desenvolver este ambiente. E a aposta do empresário é alta, somente na Europa a plataforma vai contratar 10 mil profissionais e um investimento de mais de 50 milhões de dólares para construir este novo universo e ir além dos games e entretenimento, os negócios pretendem espelhar o mundo real.

Outro dado que aponta o imenso potencial do metaverso nos negócios, agora falando aqui do Brasil, é de um recente estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em parceria com o Instituto Qualibest, entitulado “Radiografia do Shopper Brasileiro”, onde 95% dos compradores que afirmaram nunca ter usado o metaverso, mas destes, 70% gostariam de ingressar nessa nova forma de consumir. Este mesmo estudo mostra que 49% dos entrevistados têm a intenção de usar o metaverso para fazer compras e 51% disseram que iriam comprar mais com o uso de plataformas imersivas.

Ainda falando em mercado nacional, a já conhecida influenciadora virtual Lu da empresa Magalu fez sua estreia na Horizon Workrooms, da Meta. Além disso, ela deu uma entrevista para o Canaltech onde falou sobre seu próprio metaverso e os planos da empresa.

Os negócios no metaverso derrubarão ainda mais as fronteiras que conhecemos hoje. Para se ter uma ideia da quebra de paradigma que estamos vivendo, a Câmara Oficial Espanhola lançou um metaverso para estreitar laços comerciais com o Brasil.

A nova plataforma digital gratuita, recria a Plaza Mayor de Madri, possibilitando aos usuários espaços exclusivos que poderão ser usados para realização de eventos, reuniões e mais, que as 220 empresas associadas à Câmara possam divulgar suas marcas e produtos neste espaço.

Tudo isso porque a Espanha é o terceiro país que mais investe no Brasil, o montante é de cerca de US$ 40 milhões, o que demonstra que mais do que interesse em investir na nossa economia, eles já se anteciparam a nova realidade do metaverso nos negócios.

E você deve estar se perguntando, e onde estão esses negócios no metaverso? De acordo com estudo divulgado pelo Boston Consulting Group a receita principal virá de aplicações do metaverso em educação, jogos e mídia.

Este mesmo estudo dividiu as oportunidades em quatro grandes áreas, são elas:

  • Economia de ativos virtuais;
  • Hardware e software para aplicações de realidades aumentada, virtual e misturada;
  • Infraestruturas de rede e nuvem;
  • Informação e comunicações.

A previsão é de que os ativos virtuais deverão movimentar entre US$ 150 bilhões a US$300 bilhões de dólares até 2025. No ano de 2021, esses ativos representaram cerca de 40% das transações em Web 3.0 e 60% em Web2.0. Estima-se também que esta expansão fará com que o mercado salte de US$250 bilhões para US$400 bilhões até 2025.

O porquê dessa migração dos negócios também tem uma explicação. Estamos vivendo uma evolução natural e gradativa que vem acontecendo com o mundo virtual. As pessoas querem praticidade em suas vidas, e os recursos digitais já trazem tudo isso, pagamento de maneira rápida, atendimento personalizado, e o metaverso vem somar com a experiência imersiva, essencial para todo tipo de negócio. Sem dúvidas um fator decisivo de compra, aliado importante para crescimento de vendas de uma marca, produto.

É muito importante olhar para esses números para se ter uma dimensão do potencial do metaverso nos negócios, e entender que ainda estamos vivendo um momento de implementação e descobertas do que este novo universo pode trazer de rentável. Ainda que desafiador ingressar em algo pouco conhecido, é preciso estudo e adaptação rápida ao que viveremos como nova realidade em breve.

Compartilhe nos comentários sua opinião sobre o impacto do metaverso nos negócios que já conhecemos.

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